E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito.
18 Mas Deus fez rodear o povo pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e subiram os filhos de Israel da terra do Egito armados.
19 E tomou Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco.
20 Assim, partiram de Sucote e acamparam em Etã, à entrada do deserto.
21 E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite.
22 Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.
Capítulo 14
1 Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel que voltem e que acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar.
3 Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou.
4 E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. E eles fizeram assim.
5 Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que nos não sirva?
6 E aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo;
7 e tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos.
8 Porque o SENHOR endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão.
9 E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros, e o seu exército e alcançaram-nos acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.
10 E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR.
11 E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito?
12 Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto.
13 Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos e vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre.
14 O SENHOR pelejará por vós, e vos calareis.
15 Então, disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.
16 E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.
17 E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos cavaleiros,
18 e os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros.
19 E o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles.
20 E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro.
21 Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.
22 E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda.
23 E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar.
24 E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e de nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios,
25 e tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios.
26 E disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.
27 Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o SENHOR derribou os egípcios no meio do mar,
28 porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou.
29 Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda.
30 Assim, o SENHOR salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar.
31 E viu Israel a grande mão que o SENHOR mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR e em Moisés, seu servo.
Capítulo 15
1 Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR; e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
2 O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.
3 O SENHOR é varão de guerra; SENHOR é o seu nome.
4 Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no mar Vermelho.
5 Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra.
6 A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em potência; a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo;
7 e, com a grandeza da tua excelência, derribaste os que se levantaram contra ti; enviaste o teu furor, que os consumiu como restolho.
8 E, com o sopro dos teus narizes, amontoaram-se as águas; as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar.
9 O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; fartar-se-á a minha alma deles, arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá.
10 Sopraste com o teu vento, o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em veementes águas.
11 Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?
12 Estendeste a tua mão direita; a terra os tragou.
13 Tu, com a tua beneficência, guiaste este povo, que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade.
14 Os povos o ouvirão, eles estremecerão; apoderar-se-á uma dor dos habitantes da Filístia.
15 Então, os príncipes de Edom se pasmarão, dos poderosos dos moabitas apoderar-se-á um tremor, derreter-se-ão todos os habitantes de Canaã.
16 Espanto e pavor cairá sobre eles; pela grandeza do teu braço emudecerão como pedra; até que o teu povo haja passado, ó SENHOR, até que passe este povo que adquiriste.
17 Tu os introduzirás e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó SENHOR, aparelhaste para a tua habitação; no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram.
18 O SENHOR reinará eterna e perpetuamente.
19 Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar.
20 Então, Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças.
21 E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque sumamente se exaltou e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro.
Êxodo capítulo 13:17 - 15:21
O QUE VOCÊ TIVER QUE ATRAVESSAR EM SUA CAMINHADA ,IRÁ ATRAVESSAR MAIS TENHA UMA CERTEZA SOZINHO (A) NÃO ESTARÁ,DEUS SEMPRE ESTARÁ AO TEU LADO CONFIE EM DEUS E A SUA VITÓRIA É CERTA...
Deus não permitiu que o povo seguisse a rota direta ao longo da costa do Mediterrâneo para Canaã, conhecido como "o caminho dos filisteus" (que seria uma viagem de poucas semanas).
Tal rota era fortemente guardada por soldados egípcios. O povo era pacífico, acostumado a uma vida servil, ou pastoril. Tinham com eles suas famílias e o seu gado. Seria fácil desanimarem ao ver a oposição de exércitos inimigos e debandar de volta à relativa tranquilidade do Egito.
Se Deus não nos leva diretamente ao nosso objetivo, não devemos desanimar: Ele sabe melhor o que existe pelo caminho, e podemos seguí-lO confiantes em Sua sabedoria.
Tendo saído de Ramessés e ido para Sucote (40 kms.), continuaram indo para o sul até Etã (32 kms.). Em seguida, viraram para o norte e foram até Baal-Zefom (Baal-do-Norte - 40 kms.), voltando quase em linha paralela ao caminho pelo qual tinham vindo, rodeando perto do mar Vermelho. Isto Deus fez para confundir o faraó, que pensaria que eles estavam desorientados, perdidos no deserto.
Apesar das centenas de anos decorridos desde a morte de José, Moisés não se esqueceu da promessa antes dele morrer (Gênesis 50:25), e levou seus ossos nesta viagem. O povo ia em ordem, todos bem organizados, cada um em seu lugar dentro da multidão.
Para guiar o povo, o SENHOR ia adiante deles, visível como uma coluna de núvem de dia, e coluna de fogo à noite, alumiando-os, para que pudessem andar de dia e de noite. Também temos a sua Palavra que nos alumia o caminho da vida, disponível a qualquer hora.
Este povo tinha o que nenhum outro povo jamais teve: a Glória, a presença visível de Deus (Romanos 9:4). Nem mesmo à igreja foi isto dado na terra. Deus nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Efésios 1:3). Eles aguardavam a vinda de Cristo, para nós ela é um evento histórico, no passado. Não precisamos da presença visível de Deus para andar pela fé.
É óbvio que a manobra estranha desta multidão pelo deserto serviu para fazer Faraó e seus oficiais refletirem no prejuízo que iriam sofrer por terem deixado seus servos ir embora, e tomar a decisão de ir atrás deles para forçá-los a voltar. Tudo isto estava nos planos de Deus: Ele iria definitivamente mostrar aos egípcios que Ele é o SENHOR.
O faraó aprontou seu carro, seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com seus capitães. Cada carro levava dois guerreiros: um para conduzí-lo e outro para usar as armas que levava, uma espécie de tanque primitivo. Ele se compunha de um chassis de madeira ou couro sobre duas rodas, puxado por cavalos. Era uma força poderosa para usar contra um povo desarmado, a maior parte do qual era composto de mulheres, velhos e crianças. O faraó não tinha dúvidas quanto ao sucesso da sua ofensiva.
Com seu equipamento veloz, o faraó e seu exército facilmente alcançaram os israelitas, defronte de Baal-Zefom. Vendo-se apertados entre o exército do faraó e o Mar Vermelho, os israelitas pensaram que iam morrer no deserto e foram reclamar amargamente a Moisés. Com sarcasmo eles mencionaram os sepulcros no Egito, pois os egípcios eram notórios por sua obsessão com túmulos.
Quando estavam debaixo da dura servidão no Egito, os israelitas haviam clamado por livramento (Êxodo 2:23). O SENHOR atendera ao seu clamor e os tirara da servidão. Mas, assim que se sentiram em perigo, temeram a morte e reclamaram de Moisés dizendo que preferiam a servidão. Eles nada podiam fazer por si mesmos, e não tinham esperança sem o socorro divino. É a situação de toda a humanidade, pois o mundo é um lugar sem esperança: um grande cemitério, pois a maioria pensa que esse é o seu fim (Romanos 5:12).
Tendo presenciado a forte mão de Deus em seu livramento, seria de esperar que teriam suficiente fé nEle para não se desesperarem desta forma. Esta foi a primeira entre muitas ocasiões em que este povo reclamou contra Moisés e contra o SENHOR por terem sido tirados da servidão do Egito. É um exemplo para nós, a fim de que aprendamos a confiar no poder de Deus: sabendo o que Ele fez no passado, podemos enfrentar as crises desta vida com confiança, sem medo e reclamações.
Opovo estava enfurecido e desesperado, mas Moisés os animou a esperar e ver como o SENHOR iria fazer o livramento para eles. Profeticamente, Moisés anunciou que este povo nunca mais veria os egípcios depois de seu livramento.Talvez não sejamos perseguidos por um exército, mas às vezes nos sentimos cercados pelo mal, num beco sem saída. Sigamos o conselho de Moisés: não devemos temer, mas confiar no livramento que certamente o SENHOR nos concederá.
O SENHOR disse a Moisés para acabar com esse clamor, e tocar o povo para a frente. A oração tem um lugar importante em nossas vidas, mas devemos também agir com os meios ao nosso alcance. Às vezes sabemos o que é necessário fazer, mas adiamos com a desculpa que estamos pedindo maior direção de Deus.
Parecia não haver para onde ir, mas o SENHOR mandou o povo seguir, e prometeu abrir um caminho para eles pelo mar. O Anjo de Deus saiu da frente deles com a coluna de núvem e se colocou atrás, entre eles e os egípcios, dando luz aos israelitas através da noite, e escuridão com densa neblina para os egípcios de forma que não podiam aproximar-se.
Com a obediência de Moisés e do povo, o Criador dos céus e da terra provou o Seu domínio sobre o que havia criado: fez soprar um forte vento oriental que, não somente abriu um caminho através do mar até a outra margem, mas secou o fundo de forma que todos os israelitas o atravessaram a pé enxuto.
O exército egípcio eventualmente descobriu o que se passava, e partiu em perseguição, indo até o meio do mar. Mas o SENHOR, de madrugada (entre as duas horas da manhã e o nascer do sol) lhes emperrou as rodas dos carros (talvez atolando-os), e tiveram que ir devagar, com dificuldade. Quando estavam desistindo da perseguição o SENHOR mandou que Moisés estendesse sua mão sobre o mar, e o mar se fechou sobre os egípcios, ao romper da manhã, morrendo todos os cavalarianos do exército egípcio.
Israel, no começo da sua viagem para a terra prometida, viu assim o poder de Deus, não somente remindo os seus primogênitos mediante o sangue do cordeiro, mas livrando-os do poder dos egípcios mediante o Seu poder. Isto nos fala da redenção que temos da pena do pecado mediante o sangue de Cristo, o Cordeiro de Deus, e o livramento do poder do pecado que está ao nosso alcance mediante o Seu poder supremo, ao seguirmos o Seu caminho.
Moisés e os homens israelitas, em sua alegria, compuzeram o primeiro hino que encontramos na Bíblia, e, segundo os estudiosos, o primeiro registrado em todo o mundo. Eles então cantaram em louvor ao SENHOR com acompanhamento de música e danças por todas as mulheres (lideradas por Miriam [que se traduz Maria], irmã de Moisés, com seus noventa e tantos anos).
A Travessia do Mar
Vermelho
CONTINUAÇÃO.
Durante muito tempo dizia-se que a travessia teria sido num lago ao norte do Mar Vermelho chamado de Mar de Juncos ou Lagos Amargos onde hoje foi aberto o Canal de Suez. Mas acredita-se que se dava este nome ao Golfo de Ácabe, um dos braços do Mar Vermelho.
Em 1988 o explorador americano Bob Cornuke defendeu a teoria de que a travessia teria sido no Estreito de Tiran, na entrada do Golfo de Ácaba, onde existe uma "ponte de terra" ("landbridge" em inglês) no nível do mar entre o Egito e a Arábia Saudita. Para ele a maré baixou e mais tarde subindo afogou os egípcios, ou seja, um evento natural. Porém, não foram encontradas evidências para comprovar sua teoria e o local é relativamente raso não sendo suficiente para afogar um exército de mais de 600 homens!
Foram encontradas duas colunas em estilo fenício sendo uma na praia do lado egípcio (Nuweiba) e outra do lado árabe. A primeira encontrada foi no lado egípcio em 1978 onde havia uma inscrição em hebraico destruída pela erosão (a parte inferior estava no mar) praticamente ilegível. A segunda, em 1984, no lado árabe é idêntica, tem a mesma inscrição em hebraico e tem legível as palavras: Egito; Salomão; Edom; morte; faraó; Moisés; e Jeová significando que foi erguida por Salomão, em honra a Jeová, e dedicada ao milagre da travessia do Mar Vermelho por Moisés e a destruição do exército egípcio. Semanas depois a coluna foi retirada e colocado um marcador-bandeira em seu lugar. Os árabes não apreciam estrangeiros pesquisando em sua terra, principalmente judeus e americanos.
Durante o reinado de Salomão, Israel foi uma potência no Oriente Médio onde obteve o controle marítimo da região (1 Reis 9.26 e II Crônicas 8.17). Há uma referência em Isaías 19.19 que acredita-se ser a coluna do lado egípcio.
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